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20 de maio de 2013

Fantasmas não existem! Existem, sim, espíritos em sofrimento...


Olá...

No inicio da década de 70, fomos eu e meu irmão caçula, passar nossas férias de verão em Mato Grosso hoje, na casa de meu irmão mais velho.

Logo após ele entraria em férias, e um amigo emprestaria a fazenda, para passarmos dez dias, e conhecer o pantanal, tão famoso ainda mais para dois adolescentes, que moravam em apartamento, e pouco contato tínhamos com a Natureza.

Bem, ao chegarmos lá, percebemos que a fazenda localizada a cerca de uma hora de Bela Vista, no Paraguai, não possuía, luz e água encanada, ou seja, era a típica fazenda do interior mesmo!
Lembro, que as atividades iniciavam às três horas da manhã, quando os dez peões e o capataz acordavam, e com o era fazenda de criação de gado, iam levá-los até o pasto.



A casa, possuía uma configuração estranha, pois era imensa, mas onde ficavam as camas de casal e os dois quartos, eram apenas separados por cortinas, com o restante das camas, era isolada da parte onde ficava uma grande cozinha, um local onde sentávamos para conversar, e a porta que ia para a varanda. O estranho, é que as peças quase não possuíam aberturas para rua, e no quarto onde ficamos, eu e o meu irmão, o casal e as crianças, com a babá, tinham apenas uma janela e uma porta.

A saleta também era confusa, a porta de entrada e saída e três janelas, compunham aquela casa estranha, que nos fazia ficar uma boa parte da noite na varanda, até o sono derrotar-nos e entrarmos para dormir.

Havia ali um senhor, pretinho como um carvão, de cabeça branca, que era habitante dali desde bebê, pois seus pais também eram cria daquela casa...



Eu, ainda estava iniciando minha vida mediúnica, naquele ano faria meus 15 anos, e desconhecia muito o aspecto obsessivo que ali se instalará.

A esposa do proprietário, permanecia conosco durante o dia, mas nos disse que nunca dormiria lá, desde que soube de um fato ocorrido, e que tinha visto coisas que nem queria mencionar.
Aquilo foi no primeiro dia, eles foram embora por volta das dezoito horas e os peões, eram trancados em um galpão, próximo pelo lado de fora, com cadeados, após a verificação se todos estavam lá dentro...

Meu irmão, foi várias vezes com o capataz, fazer esse ritual, que nos lembrava escravidão...
Bem, na primeira noite, tranquilamente dormimos, no outro dia, fomos acordados por um perfume delicioso de café, geléias, doces e bolos, feitos pelas duas senhoras que cuidavam da alimentação de todos ali.

Quando tentamos, por curiosidade mesmo, querer saber ao que se referira anteriormente à dona da fazenda, todos desconversaram, e disseram que era só lenda.


Era, o que bastava para eu ficar com mais curiosidade, que só aumentou quando a noite, estávamos já recolhidos, ouvimos uma bordoada na janela do quarto, próximo a cama, onde meu irmão e cunhada dormiam, e a janela abriu-se, como fosse de papel... E já havíamos percebido, arranhaduras nas paredes próximas as janelas, e sinal de que era pelo lado de dentro, havia também, marcas que lembravam lascas de madeira tiradas a faca... Nossa...

Acordamos aos berros, das crianças e o meu... Assim, meu irmão e o capataz armados, saíram a voltear a casa, e revisaram a rua, onde os barulhos de arranhões aconteciam, próximos a eles, mas nada era visualizado,apesar de estarem somente, a luz das lanternas...

Amanheceu, e todos nós mudamos, para o quarto da tal janela, onde estavam o casal e sem pensar, acampamos no Pantanal...risos.

Ao amanhecer, fomos todos rodear a imensa casa de madeira,  e onde a janela havia aberto, foi necessário trocar a tramela, e meu irmão, quis permanecer acordado na noite seguinte, juntamente com aquele pretinho e seu rosário, que se tirasse da mão colocava no pescoço, mais o capataz, de “tocaia”, pois para ele (meu irmão),era alguém querendo causar pânico em todos, uma vez que, sempre se posicionou na sua vida, até então como ATEU.

Eles, no escuro e nós acampávamos (dentro de casa, risos), e novamente iniciou,  as arranhaduras,  como garras, os murros na mesma e única janela, e eles ali... Mais uma vez, nada foi visto...



Antes de completar 5 dias, dos dez que ficaríamos ali, resolveu meu irmão, para que nos distraíssemos, irmos conhecer um Cassino, no Paraguai...

Ali do lado da rua, está separava Brasil – Paraguai, ficando na casa meu irmão, o capataz, que assim como eu, adorava uma “proseada”, sua esposa, as crianças e a babá.

Quando chegamos, de volta, estavam todos na rua, com nossos pertences e o Pretinho cujo nome não recordo, porque ele dizia não ter, pois o chamavam de “negrinho”, e esse era o seu nome,disse-nos, agarrando seu rosário: “eles conseguiram, tiraram vocês do quarto deles...”

Foi o que bastou, para ali mesmo, depois de todas as hipóteses lógicas, serem levantadas, as crianças no frio, todos gelados, que minha cunhada disse:

“Eu quero saber quem são essas pessoas que fazem isso e porque...”.

O senhor, olhou para o capataz, e este confirmou com a cabeça e ambos repartiam a tal história...

“Dois dos peões, ainda na época do pai deste senhor, que era o dono na época, por causa de uma briga de jogo, resolveram decidir, a contenda na base da briga de faca.
Um deles, dormia naquele quarto, onde por ser de confiança do Patrão, cuidava do material da casa. O outro, morava junto aos demais, no tal galpão, que não era cadeado na época, por fora.
Ao ir, até a janela, chamar seu desafeto, para que na luz da lua, resolvessem as suas diferenças, o outro, pelas costas o degolou, na rua, onde já o aguardava!”



Constata-se hoje, de acordo com o que sabiamente, ouvi ainda menina, que o ódio que os unia, os mantinha ali, em total ignorância de tempo materialmente falando, eu creio que talvez nem nos percebessem, éramos, apenas, pessoas que ocupavam o lugar onde dormia, o assassino, e antes que você pergunte: “e o assassino que degolou o outro pelas costas?”.  Este, estava ao lado com um punhal cravado no peito.

Pode ser mais uma história, entre tantas que se  ouve, mas para aqueles dois espíritos mais de quarenta  anos depois, despertavam medo, e recebiam com muita meiguice, a oração de Seu Negrinho, que na época me disse e, eu não compreendi: “Esses dois não enxergam nada,o ódio os cegou...”.



Hoje eu compreendo, e Deus tenha lhe ouvido as preces, e os livrado de lá...




Fraterno Abraço...
Mara Bahia.

Um comentário:

  1. Salve sempre!!!

    Saudades dos teus comentários!!!

    Beijão grande em vocês!!!

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