Uma das coisas que
mais me encanta, quando na praia, é observar o nascer do sol.
Confesso que poucas
vezes fiz isso, mas a força energética , da água sendo suavemente clareada pela
beleza “do farol da Divindade”, nos
fortalece sem sombra de dúvidas, o corpo, a mente e o espírito.
Pois então, ai
começa outro causo, que aconteceu na minha vida espiritual e creio pouco ter
falado, pois muitas vezes o medo de sermos mal compreendidos nos faz deixar lá
para frente.
Estávamos passando
na casa de meu pai, na praia, e era muito cedo, pois ele havia perdido o sono, por
preocupações que não sabíamos, e convidou minha mãe e a mim, para irmos a beira
do mar ver o sol nascer, já era dia claro, mas faltava o astro rei.
Rapidamente, nos
dirigimos até a beira do mar, e lá ele diz a minha mãe, que estava com um
dilema, que teria que resolver na segunda feira.Perguntado o que seria,
responde-nos que um senhor, que freqüentava o Templo Kardecista, do qual meu pai era Presidente Material, queria
como forma de agradecimento, aos membros da mesma, doar um apartamento, que ele possuía, pois havia vendido uma casa,
e o imóvel que morava era próprio.
Esse senhor, e a
sua esposa, freqüentadores assíduos do local, possuíam uma filha, em estado de vida vegetativa, dependendo de
ambos já com certa idade, para tudo.
Meu pai, tentou
demovê-lo desta idéia, pois segundo nos contava, enquanto o sol iniciava seu
esplendor diário, o dinheiro da casa vendida, logo acabaria, pois a filha
necessitava de remédios, que ele como aposentado, logo passaria a sentir falta.
Por outro lado,
havia, como sempre há, aqueles que queriam aceitar a doação, “pela boa
causa”, pois iriam vender o apartamento e fazer melhorias no TEMPLO.
Como meu pai e o
tesoureiro, eram amigos de muitos anos, e se tratavam por irmãos, pois pensavam
da mesma forma...
Quando o sol,
chegou sobre todo o mar, que se podia confundi-los em um só amarelo ouro, minha
mãe até então calada, disse a ele, peça um prazo para decidir se o Templo, vai
ou não aceitar...
Sempre se pensa
melhor no mar, ainda mais naquele instante de maravilhosa visão, surge a resposta
que ele esperava de forma calma, clara e sábia.
E assim foi....
Na segunda- feira,
para a indignação de alguns, como sempre quando assunto é dinheiro, foi feita a
proposta de que ele pensaria na doação do seu apartamento, e que dali a seis
meses, se essa fosse a sua vontade, então seria aceito...
Não destituíram meu
pai, porque ele era, juntamente com o tesoureiro, um dos membros mais antigos
da Casa, e como a palavra “ganância”,
é renegada pelo exemplo de Chico Xavier, e todos os grandes espíritas. Esperaram...
Passados quatro
meses, a filha deste casal desencarna, e logo após, uma enfermidade emocional,
em sua esposa, o marido fez-se vender o apartamento, para ambos poderem ter na
velhice, uma vida mais tranqüila, e poderem viajar, ver coisas e pessoas novas,
pois havia trinta anos, que ambos cuidavam daquela única filha...
Bem, ambos duraram
mais 30 e 35 anos respectivamente, com tranqüilidade e conforto, com o uso
daquilo que ambos haviam conquistado.
Como é lindo, caminhar
no nascer do sol, a beira mar, vendo o :“Astro Rei, inundar ele sim, as
verdes águas de Yemanjá de Ouro...”.
Um fraterno abraço
e ótima reflexão...
Mara Bahia.
Mana, no silêncio da comunhão com a natureza vem a nós muitas inspirações. Às vezes,não se percebe e joga-se fora as ajudas recebidas. A mãe e o pai, que a vida me emprestou com tanto amor e acolhimento, sempre foram daqueles que ouviram todos os sinais, e, cada um deles completava o momento do outro. Lindo o teu texto e todo o blog. Para mim sempre foram e serão exemplos de vida espiritual. Saudades, muitas...
ResponderExcluirMana!
ExcluirSão tantas histórias ,que vivemos juntos ,Graças a Deus ,que o interessante é que surgem os textos ,as vezes de uma pergunta ,ou de lembranças como esta...
Te agradeço o carinho de leres meu blog ,e enriquecê-lo com a tua fraterna bondade.Te Amo!