Lixo é Lixo...

Olá, queridos...

Há alguns anos tempo atrás, eu voltava do meu trabalho, em uma escola estadual, por volta do meio dia, ou meia hora, e passei por um local, onde pegaria o ônibus, onde existia um cruzeiro.

Em um canto da calçada, bem sentado, estava um mendigo, que comia uma oferenda da rua, que ali retinha com ele. Quando eu passei, o olhei com tristeza por imaginá-lo de apenas "ter" para comer aquilo, e esse parece que percebendo, meu olhar gritou: estou em um banquete “dona”!

E realmente, havia ali coisas, que o satisfaziam, como bebida, charutos, doces e outras coisas, que nem olhei, pois não queria me alongar ali, e, na travessia.

Por esse motivo, o ouvi ainda falando comigo, sabe “dona”, se os lixeiros pegam é lixo, então eu como tudo que quero, e deixo-os levarem o que não "presta", afinal lixo é lixo...

Eu segui meu roteiro até em casa, refletindo no astral que circundava aquele senhor, que muitas vezes, ainda vi no mesmo local, pois se renovavam as oferendas, e, ele repartia com o invisível, aquilo que de visível lhe alimentava...

Quantas vezes condenam-se, eu me coloco em primeiro lugar, nessas críticas, de colocar oferendas seja onde for, mas tive que pensar no estreito vinculo que se estabeleceu, entre aquele senhor, e seus iguais desencarnados.

Ele comia, o que espiritualmente, já havia sido “sorvido”, por invisíveis, e criaram assim um elo, em que ele se apressava para evitar que os lixeiros levassem,e que era o seu "banquete"...

 

Sempre que vejo, em encruzilhadas ou cruzeiros, bandeja repleta de alimentos, me recordo deste fato,pois ele se sustinha, deixando os restos para os lixeiros levarem, e ali permanecia sem nenhum temor, desrespeito ou qualquer outro sentimento.

Era alimento.

Apenas isso... (...)

Lembrei-me de uma orientação que recebi, há muitos anos, de um Orientador que já se encontra no Astral:

"Se vocês pensam, que as entidades que recebem essas oferendas, são Exus, estão enganados, nas Encruzilhadas e Cruzeiros, estão os verdadeiros Exus, que somos nós humanos, encarnados ou desencarnados, e nossos vícios."

Hoje, passados muitos anos, cada vez que vejo na rua um irmão vestido em andrajos, relembro as orientações, e agradeço a Deus, meu lar, minha comida, um lugar para deitar a cabeça...
 

Grande e fraterno abraço,
Mara Bahia.

Salve, Saravá, Bença,S alan Maleiko, Axé, Aleluia, Amém, Namastê...